Obra que tornou Ingenieros conhecido entre iniciados e profanos, a edição em português que tenho é a 9ª, da Livraria Tupã Editora, Rio de Janeiro, sem data. Logo abaixo do título aparece a seguinte observação: ENSAIO MORAL sobre a mediocridade humana ― como causa de rotina, hipocrisia e domesticidade, nas sociedades contemporâneas, com úteis reflexões de IDEALISMO EXPERIMENTAL ― para que os jovens procurem evitá-la, educando livremente o seu engenho, a sua virtude e a sua dignidade.
Algumas passagens que destaquei:
As ilusões têm tanto valor para dirigir a conduta, como as verdades mais exatas; podem valer mais do que elas, quando intensamente pensadas ou sentidas (pág. 17).
Nada se deve esperar dos homens que entram na vida sem se entusiasmarem por algum ideal; aos que nunca foram jovens, parece desvairado todo sonho. Não se nasce jovem; é preciso adquirir a juventude. E, sem ideal, não é possível adquiri-la (pág. 27).
Todo individualismo, como atitude, é uma revolta contra os dogmas e os valores falsos, respeitados pelas mediocracias; revela energias ansiosas de expansão, contidas por mil obstáculos opostos pelo espírito gregário (pág. 35).
A imaginação é mãe de toda originalidade; deformando o real, no sentido de sua perfeição, ela cria os ideais, dando-lhes impulso, com o ilusório sentimento da liberdade; o livre-arbítrio é o erro útil para a gestação dos ideais (pág. 17).