Observações:A história de amor de Francisco e Maria estava tensa nos últimos meses de 1924. Na carta anterior, a do dia 30 de outubro (AS CARTAS XXII), ele implora para que ela volte a lhe escrever. Depois desta data, encontrei ainda estes dois cartões. O menor, perfurado, sugere que tenha acompanhado flores. Clássicas rosas vermelhas? Não sei. O outro cartão, maior, estava em um envelope que nada indica tenha passado pelos Correios. Seriam felicitações pelo aniversário entregues por alguém na casa de Maria? Muito provavelmente, sim, com direito a flores. Francisco demonstrou não ter esquecido a data, e se fez presente, ainda que angustiado, na ausência de notícias de sua amada. De 1924, localizei apenas mais duas cartas. Uma é do dia 7 de novembro e a outra de 15 de dezembro.
Essas cartas são um tesouro literário que ilustra não apenas uma verdadeira história de amor que teve lugar entre dois jovens, mas também como se passou esse amor nos anos 20 em Porto Alegre. Amor vivido por um homem culto, educado, refinado em sua estética e uma mulher que ele mesmo define de maneira adorável através de sua letra pequena, frágil, nervosa, como se fosse a imagem de tua sensibilidade, em extremo desperta, ao alarme das menores impressões.
Quem ainda não conhece o que vêm a ser AS CARTAS, basta procurar nas postagens mais antigas, a explicação disso. Querendo ver tudo, na barra superior, à esquerda, basta digitar na guia "pesquisar no blog" a expressão AS CARTAS e todas as postagens anteriores vão aparecer em ordem mais ou menos cronológica. Há mais cartas, muito mais. E na medida do possível eu vou mostrá-las a vocês aqui no Traças, Ácaros & Cia.