29 de dezembro de 2022

25 de dezembro de 2022

Então, hoje

 Bergson. Desceu ontem da estante, e desde então nos ocupamos de metafísica. Logo mais vamos proceder a uma leve desconstrução de Kant. (Itálico, porque não creio que ele adotasse esse termo tão raso.)  Já cheguei no parágrafo e parei um pouco antes de prosseguir na tradução. Tantos anos lendo o que ele escreveu, e percebendo que aquilo que ele disse se torna cada vez mais atual. Há mesmo prazeres indizíveis e encontros insuspeitos, a despeito do Tempo, a despeito do Espaço, a despeito mesmo da estrutura da Linguagem. 

24 de dezembro de 2022

22 de dezembro de 2022

Há tempos...

 Há tempos misteriosos ao longo dos quais a gente sai de si. É difícil, pois é preciso superar o peso do corpo ancorado na gravidade. Um fardo que é o corpo, o peso do ar que fica tão denso às vezes, quando entra pelos pulmões como se fosse uma gelatina que insiste em não sair de lá. Há um peso a superar, até que finalmente se sai de si. Mais que sono. Mais que sonho. Leveza. Desligamento. Tão bom o anti-mundo, a anti-existência, o não-eu: a plenitude do nada.

Sim


Fotografia

Antídoto  contra o tempo e a pressa

Paralisante

Passado que fica

Passado que volta

Eu lá

E agora aqui

Assim


20 de dezembro de 2022

Por aí com a miga Aninha


Tem horas que rola aquele passeio corrido de final de semana. Meio improvisado, porque o mundo gira depressa, e as rotinas se alteram sem parar. Mas a miga liga e tudo é combinado na hora. Busão das onze e meia, com lanche no caminho, meia hora pra banheiro, café, batom e segue o baile. Chegada na canseira e já vamos para praia, porque o sábado amanheceu com nuvens, e a grande roda é um gigante que gira. A vida, afinal,é agora mesmo, e até o Natal se adianta nas luzes e nos reflexos. A gente vai correndo e a gente volta quase parando na 101 bloqueada pela chuva, e encara a vida com salgados e doçuras, domingos e segundas. 

Valeu, miga! A gente é mesmo da hora.


13 de novembro de 2022

Insistência


 Minha buganvília chegou aqui já com vaso especialmente comprado para ela. Planta legitimada pela origem: floricultura de beira de estrada, com direito a escolha múltipla e muitas recomendações. Chegou forte, bem enraizada. Apesar dos meus cuidados, e apesar de todo sol de que tanto gosta, ela nunca ficou bonita como as outras, as que nascem aqui no bairro, e ocupam até as calçadas. Enfim, a minha pobre mudinha acabou menor do que chegou, viveu por dois anos, floresceu parcimoniosamente, agonizou e morreu. Ressecou, toda quebradiça. Como há uma hera que ocupa o mesmo vaso, o que restou do tronco seco ficou ali.
Há alguns dias eu a mudei de lugar, pensando em arrumar outra moradora para o vaso de cerâmica. Entretanto, ao arrumar a hera e os trevos que compartilham o mesmo espaço, descobri os brotos. Os galhos secos ainda têm seiva, e isso parece ser o bastante para que a vida volte à luz. Por teimosia, talvez. Pura insistência. 

8 de novembro de 2022

Encontro

 

Hoje, tempos em que se aprendeu a viver num agora que é para sempre, não temos mais a memória do tempo em que se dizia não quando se queria dizer sim, e vice-versa. Nada mais sabemos dos desejos velados, nem dos amores contrariados, obrigados a viver numa espécie de masmorra cordial. Somos, no presente, muito ricos dessas máquinas que semeiam letras perfeitas numa folha de papel eletrônica, à qual falta, no entanto, a aspereza do atrito, o cheiro da tinta, a marca da hesitação assinalada no tremor da escrita.

.....

Encontro meus pensamentos espalhados por aí e me reconheço por simpatia. Dez anos se foram desde o Diário de Francisco, e parece que a dinâmica do tempo que identifiquei apenas por convicção literária bem poderia ser filosófica, aliás, em boa parte. 

2 de novembro de 2022

Silêncios


Eu, meus livros e tua sempre presente ausência.

Palavras não ditas.

Silêncios.


O Artista

 

O artista romântico figura o porta-voz de uma verdade que ele é o único a poder transmitir. Sua valorização do sonho e do sobrenatural, seu gosto pelos grandes sentimentos e sua paixão pelo inútil opõem-se ao materialismo, ao positivismo e, sobretudo, ao utilitarismo social. Frequentemente incompreendido, marginal ou revoltado contra a antiga ordem, o artista romântico parece-se muito com o “eremita de Croisset”.

CASIN-PELLEGRINI, Catherine, Notas apud Flaubert, Gustave. Lettres à Louise Colet, Paris: Magnard, 2003, p. 161. (Tradução livre das autoras)


Notinha: O eremita de Croisset é Gustave Flaubert.

28 de outubro de 2022

Provérbio Irlandês

"Vassoura nova varre bem, mas vassoura velha conhece os cantos."

Seleções do Reader's Digest, out/1977,contracapa. 

21 de outubro de 2022

De passagem

 

Porque tenho coisas a fazer e por fazer. E porque os fazeres são múltiplos, mas os pensares, estes.... ah! esses são secretos, profundos, inconfessáveis.

13 de outubro de 2022

Apocalittici e Integrati


E pensar que Umberto Eco, em 1965, tinha uma visão tão exata do que a indústria cultural já prometia fazer. Impressiona. Acho que mais que isso: apaixona. Observar que a indústria cultural nasceu com Gutemberg é dizer tudo. Fora a arbitragem que dá título ao livro. Ele se desculpa, e explica bem esse título.  Contudo, verdade é que, cada vez mais, se acentua essa divisão entre apocalittici e integrati. Sábia divisão, ainda mais quando nos alerta para o fato de sermos todos movidos pela cultura de massa, querendo ou não, concordando ou não. Os apocalípticos são a turma que se preocupa com a velha decadência, sobre a qual teorizam, enquanto os integrados raramente teorizam, porque operam, produzem e se comunicam em todos os níveis. Obcecados pelo "apocalipse", imagem que projetam sobre a cultura de massa, os apocalípticos escrevem sobre ela, enquanto os integrados produzem textos da cultura de massa. Assim, muito embora tais facções contrárias disputem espaço e razão, são apenas as duas faces de um mesmo problema. E os textos apocalípticos, afinal, não representam eles o mais sofisticado produto que se oferece ao consumo de massa? A crítica popular da cultura popular termina por criar essa divisão que, mesmo oposta, só a reforça, porque, em última análise, fato é que apocalípticos e integrados nascem e se movem em função do que uns criticam e outros integram. O primeiro consola o leitor, mostrando-lhe que, no fundo da catástrofe, haveria uma comunidade de super-homens capazes de se erguer acima da banalidade da mass media: nós, unidos, não seremos massa, diriam esses super-homens. Trata-se de recusar a banalidade imperante, recusá-la em silêncio, evitando a integração. O segundo, ao contrário, se integra e, produz incansavelmente tudo o que pode popularizar seja o que for em termos de cultura. Grandes simplificações, resumos, massificação. Mas recusa e incremento se confundem, ainda mais que este não é o mundo do super-homem. Ele é o nosso mundo, que nasceu com a ascensão das classes subalternas ao patamar que lhes permite a fruição dos bens culturais, e conquistando ainda as condições de produzir esses bens industrialmente. O universo da comunicação de massa é o nosso: rádio, jornais, televisão, música reproduzida e reprodutível, nesse espaço de informações capaz de transmitir até mesmo os próprios protestos. 

O Midcult e seu in e out, a vanguarda de uma arte superior vedada ao homem médio, cidadão da civilização industrial contemporânea, irrecuperável. Mas atenção à diferença entre sensibilidade crítica e tic snobístico que é ínfima. A crítica da cultura de massa acaba por se tornar ela mesma um produto de massa, quando o bom e o mau gosto se tornam categorias flexíveis, que podem servir para definir a funcionalidade de uma mensagem que provavelmente se presta a outras funções, seja no contexto de um grupo, seja no de uma sociedade inteira. Enfim, dificilmente as coisas são redutíveis a definições de belo ou Kitch.

Eco não deixa sequer de entrar no tema complexo que é definir uma obra de arte. E o faz magistralmente, propondo que a obra de arte é uma narração que produz figuras capazes de se tornarem modelos de vida e emblemas substitutivos de juízos de nossa experiência. A obra de arte, portanto, é capaz de inspirar e de influir, de modificar a forma como experimentamos o estar no mundo.

Eis aí questões sobre as quais é preciso refletir. Mais que optar, escolher, ou definir-se, é preciso entender o contexto em que vivemos, não necessariamente apocalípticos nem necessariamente integrados. A perspectiva que Eco nos descortina nessa obra é bem mais ampla que a de simplesmente deixar-se levar pela sedução de uma ou outra possibilidade, no reducionismo simplista do contra ou a favor. Para tanto, basta pensar. Um pouco trabalhoso, é verdade, mas altamente compensador. Como a leitura de Eco, que, na década de 1960, já avaliava tão bem o impacto que o incremento da comunicação de massa, que apenas começava, teria em nossa sociedade 

Fonte: ECO, Umberto. Apocalittici e Integrati. Milano: Bompiani, 1965.

12 de outubro de 2022

Pensando bem


Certezas trazem em si uma boa dose de arrogância. Dúvidas são mais flexíveis. Mas tudo depende do tipo de certeza e do tipo de dúvida. Se for do tipo bem-me-quer, mal-me-quer... 

9 de outubro de 2022

Dominguices

 

Neologismo necessário. Faz parte.

14 de setembro de 2022

Encarar

 


Então, eu até cantaria wake me up when september ends, mas com insônia, não vai ter jeito. 


5 de setembro de 2022

Meu Jardim

Pegou!  

A expressão é esta: a mudinha "pegou". A gente diz bem assim, quando traz para casa uma planta qualquer que se quer por perto. Pois esta aí não apenas "pegou" como ainda floresceu. Uma semana ontem que aqui chegaram junto com as outras todas lá de Maristela. As amarelinhas foram arrancadas de um cômoro de areia, junto com uma "corda" de onze-horas extraídas com raiz e tudo, violentamente, obra de ogro que, vez por outra, resolve casos assim de foma definitiva. Primeira parada do bate-volta à praia, porque precisava ver o mar, apanhar pedras e olhar se havia flores. Havia, sim, onze horas rosadas e, mais adiante, perto de um banco feito de madeira e pedra, uma amarelinha toda colorida. Veio florida e murchou ao longo da semana, enquanto preparava o botão que abriu assim: completo, sorridente, absoluto.

A saber se os galhos de alecrim e mais a muda de hortelã vão se adaptar à mudança que, de um jardim, os relocou ao parapeito da pequena janela da salinha da TV, perto da cozinha: improvisos metropolitanos. Alecrim para dar sabor ao arroz; hortelã para fazer tabule qualquer hora. Todos em harmonia, ao lado do manjericão (sem ele não há molho vermelho que preste) e do tomilho (aquele gostinho de o que foi, mesmo?).

E assim o jardim vai ganhando novidades. Eu que me estranho, pois nunca fui muito de cuidar de plantas e, agora, me pego assim, observando essas criaturas. Ando até germinando sementes, tipo as macieiras que estão brotando lá na janela. Talvez eu tenha "pegado" o jeito. É um exercício de paciência observar mudanças tão sutis, silenciosas, que tornam essas formas de vida companhias discretíssimas. Plantas são sutis, mas sabem reagir na hora certa. Mostram sua satisfação ao gostarem de algo, e sabem como reclamar.

Há tristezas também. Receio que meu bouganville não voltará nesta primavera. Secou e não vejo nenhum sinal verde em seus galhos secos e quebradiços. Meus gerânios encruaram. O rosa, que floresceu, acabei quebrando. Imperdoável gesto de apressada estupidez. O vermelho não dá sinais de floração. Quanto aos feijões mágicos, apenas duas vagens em preparação. A saber dos brincos-de-princesa, planta que minha avó, Dona Josephina, adorava. Depois de passarem por vários cômodos da casa, se deram bem na sacada, e pararam de perder folhas e botões, como fazem essas plantas, quando se estressam. 

Convívio interessante. Plantas e pessoas têm seus traços inconfundíveis de personalidade, e exigem ser tratados cada um do seu jeito. Violetas, por exemplo, só querem paz. Quanto mais quietas, melhor. Não gostam de ser tocadas, principalmente quando florescem. São tímidas. As suculentas também não se prestam a intimidades. As espadas, todavia, parecem gostar muito daqui, porque crescem e se multiplicam em brotos cheios de vida. A coroa-de-cristo miniatura até cresceu um pouco, e parece haver se adaptado à vinhança de uma palmeira depressiva, que despenca as folhas e vive fragilizada, sempre insatisfeita. Os cactos são excêntricos e definitivamente exibicionistas. Na cozinha, uma curiosidade cheia de espinhos: supostamente comestível, dizem que é uma planta medicinal. Desde que chegou não para mais de crescer e, sempre que pode, me arranha. Parece-me bastante hostil. Em compensação, os trevinhos são pura alegria. Dormem à noite e se fecham em certas horas do dia. Em compensação, descobri que, sempre que chove, se enfeitam de diamantes e brilham olhando para rua. Minhas heras trepadeiras têm a serenidade dos estrategistas. Aos poucos, lentamente, vão tomando conta dos espaços, lançando guias para todo o lado, já alcançaram uma parede.

No meu jardim, não cultivo apenas plantas. Meu jardim é lugar de sabedoria e de aprendizado, porque, com as plantas, tenho aprendido a observar ações e reações cheias de sutileza: um exercício diário de paciência, já que o tempo do meu jardim tem outro ritmo e significação. Com tempo e paciência, aprende-se a esperar, dando ao tempo o seu próprio sentido que é o de oscilar, paradoxalmente, entre o sempre e o nunca.


31 de agosto de 2022

Agosto que se vai

 Ah, sim. Tem sempre algo nas palavras. E agosto é palavra carregada dessa alguma coisa rimada, ritmada. Agosto. Parece sempre carregado de desgostos, embora tenha até gosto inserido. Agosto das mortes. Sabe-se lá por qual razão, visto que se morre o ano inteiro. Todavia, mortes de agosto são clássicas. Mais enlutadas que outras talvez. Agosto. Tem ainda os comentários cheios dessa sabedoria que se quer tão sábia, tipo passou agosto, então se salva. Bem, este se foi, ou quase. E nem lembrava de que havia 31 dias para viver. Esse um a mais que adia os boletos mas que também atrasa os pagamentos. Pois é. Vida, Vidinha. Traz gostos e desgostos, mas sabe a primaveras também.

23 de agosto de 2022

Banalidade

 Dia desses, eu me perguntava sobre o sentido da banalidade. Descobri que, em certos momentos da vida, simpatizo com ela. Espécie de refúgio, de zona neutra para onde posso fugir sempre que me afligem questões existenciais ao estilo xeque-mate: o meu tempo, a minha vida, as minhas escolhas. Que liberdade se tem frente ao tempo? Nossas preferências. Frente à vida? Nossos prazeres. Escolhas? A valer a frase batida que coloca coração versus razão, escolhas são e sempre serão paradoxais. É bem quando a banalidade faz, sim, todo sentido. 

13 de agosto de 2022

Feijões Mágicos


 Vocês se lembram dos meus feijões mágicos? Então. Diria que eles são persistentes. Porque esta é sua segunda geração. Na origem, trouxe-os comigo da estrada. Na verdade, ganhos por insistência. Que os provasse, pois eram bons e especiais. Sei. Mágicos, pensei. E os trouxe comigo, cuidando de separar alguns grãos para ter o prazer de vê-los brotar. Feijões nascem ligeiro. E foi assim. Nasceram.

O pé não chegou às nuvens nem ao castelo onde mora o gigante que possui o tesouro. Acabou morrendo seco, não sem antes fornecer flores, que viraram vagens que abrigaram alguns feijões que me dei ao trabalho de guardar junto com pedras que junto por aí, mas que não atiro em ninguém, bom esclarecer.

Mas, enfim, voltando aos feijões, fato é que guardei as sementes aqui nascidas e, há alguns dias, replantei os feijões, creio que uns oito, em vasos de plantas aqui de casa. Nasceram todos. Uns fraquinhos, outros mais fortes. Esta é a primeira flor, descoberta na manhã de hoje. Sutil, delicada, complexa, timidamente voltada para baixo em sua simplicidade. Ainda assim, inspiradora, me deixando com vontade de escrever, de imaginar, de remoer ideias e presságios. Bem assim.

30 de julho de 2022

Apenas eu

 Sabor de tempo. Inexplicável, mas inconfundível. Fortuna que quanto mais se conta mais aumenta. Riqueza das riquezas és tu, tempo, tecido da vida, por vezes tão sutil que se pensa perdido; outras, tão denso; e outras ainda, como agora, com sabor de sábado à noite, embalado pelo silêncio e acariciado pela solidão. O escuro e as vozes distantes mapeiam as sombras. Aromas cruzados confundem o olfato que se apura pela imaginação: penso em café, e no estar em casa. Penso nessa imensidão que me pede para estar aqui, agora mesmo, atenta às palavras que aparecem sozinhas, enfileiradas, fazendo sentido que não decifro, mas que saberei ler logo ali, quando voltar a ser apenas eu.

22 de julho de 2022

Então

 Daí olho para esse branco luminoso e penso: es-cre-ver, ver, antever. Palavra que se explica por si mesma, e cuja pertinência só se descobre no outro, o leitor, o ator.


20 de julho de 2022

A Ponte


 

Festa


Por um dia, uma noite. Fogueira e bandeiras. Quentão, pipoca, inverno.

E havia festa.

Sem você, no entanto. 

13 de julho de 2022

Esperar


Dias de julho. Entre expectativas e desapontamentos. Penso em Saturno: ele me ensinou a esperar, porque é dele a Eternidade.


5 de julho de 2022

Inutilidade

A intermitência do cursor é convidativa. Gosto tanto de ver essa fileira de letras espaçadas. São sonoras, harmônicas, fazem todo sentido. Mas dizer o quê? Eu me pergunto desde quando silenciei. Talvez com tua morte, e por conta dela. Mas no final já não me lias, e eu sabia estar à deriva. Hoje não apenas eu estou à deriva, mas também o que eu supostamente penso saber.  Tudo é duvidoso, a dúvida inclusive. Há uma inutilidade decretada que mata o pensamento. Vivemos o tempo dos slogans, das frases feitas, dos rótulos apostos sobre o vazio que se arroga às vezes de conteúdo. A palavra se inutiliza. E o que penso se limita à discrição da minha própria subjetividade. 
 

30 de junho de 2022

Nem sempre


Nem sempre é obrigatório fazer sentido.



18 de maio de 2022

Eu acho...

Todo mundo é contraditório. E também um tanto quanto complexo, uns mais que outros. Dito isso, não há como levar a coerência assim tão a sério. Eu acho...

11 de abril de 2022

Pois é...


 Então, quando olhei, ficou com esse jeito de casa assombrada. E eu na torcida, aguardando as aparições, os duendes, os fantasmas. Pelo menos algo assim nostálgico. Muito 407. Definitivamente. 

10 de abril de 2022

Rien de rien


"QUEM NÃO TEM FÉ, NÃO É DIGNO DE GUARDAR TAMANHO QUERER, SABE?"

Disso não sei mais, M*. Aprendi a confiar na descrença. É um tipo de fé tão boa quanto a outra. Descobertas minhas: confiar na descrença, que é [bem] menos desgastante. Ah! Mas não me venha falar que sou dura ou coisa que o valha. Só queria dizer isso mesmo. Todo ser humano tem fé, mas a de algumas pessoas simplesmente se sustenta de alguma coisa mais prosaica. Eu sei bem como é acreditar, e sei bem como é depois ver as coisas nas quais se acreditou assumirem outros contornos. É da vida. Não discuto. Fé, afinal, a gente sempre tem, ainda que seja no nada. O nada, afinal, é o Nada, ora! Rien de rien.

Ainda mais

Levo muito a sério isso de escrever. Dentre tantas incompetências que me definem, escrever também representa um esforço, porque há resistências a vencer: a preguiça, a ignorância, os erros, que são tantos. Escrever, como tudo mais, representa um esforço. A diferença é que aí encontro recompensas. Não na hora. Mas depois, bem depois. Porque tem horas que me releio e gosto do que encontro. É quando me vejo bem de longe, sem as anomalias e as tantas mazelas da vida vivida de perto pela gente mesmo. Não tenho lá muita tolerância comigo. Resumida a mim, ando cansada, ainda mais agora que você morreu.

3 de abril de 2022

De passagem


 Por conta desses imponderáveis, sempre se descobre alguma coisa por aí. Bem assim. Então...

31 de março de 2022

Fotografia


 Porque se vai e se volta, mas nunca os mesmos que vão nem que retornam. Nunca é o mesmo lugar nem o mesmo segundo exatamente... 

A não ser assim.

A não ser na fotografia.

Eternidades, etc.

29 de março de 2022

Aumentou o movimento por aqui....


Bem-vindo! Seja quem for você, de longe, enfim, que me lê há alguns dias e agora mesmo. 


25 de março de 2022

Marciano

 Frase do meu amigo aquele: "Deus dá, mas Ele mete também."


22 de fevereiro de 2022

Inveja

E no percurso da história universal da infâmia, me deparo com essa figura e não resisto. Vai tinta, vai marca, vai foto, vai postagem. E penso no quão sossegada pode ser a idiotice. 

Sim.

Pois é.

Que inveja me dá.

 

Dia de não sei

 Porque duvidar é fundamental.

28 de janeiro de 2022

Tudo muito estranho

 Em que pese o lugar comum, insisto em escrever que o mundo está muito estranho. E, se não for o mundo, sou eu mesma que estou assim. De boa, porém. Loucura por loucura, a estranheza é um asilo, um refúgio para os desconcertantes e desconsertados. Sutilmente falando, é claro.