Há tempos misteriosos ao longo dos quais a gente sai de si. É difícil, pois é preciso superar o peso do corpo ancorado na gravidade. Um fardo que é o corpo, o peso do ar que fica tão denso às vezes, quando entra pelos pulmões como se fosse uma gelatina que insiste em não sair de lá. Há um peso a superar, até que finalmente se sai de si. Mais que sono. Mais que sonho. Leveza. Desligamento. Tão bom o anti-mundo, a anti-existência, o não-eu: a plenitude do nada.