13 de agosto de 2022

Feijões Mágicos


 Vocês se lembram dos meus feijões mágicos? Então. Diria que eles são persistentes. Porque esta é sua segunda geração. Na origem, trouxe-os comigo da estrada. Na verdade, ganhos por insistência. Que os provasse, pois eram bons e especiais. Sei. Mágicos, pensei. E os trouxe comigo, cuidando de separar alguns grãos para ter o prazer de vê-los brotar. Feijões nascem ligeiro. E foi assim. Nasceram.

O pé não chegou às nuvens nem ao castelo onde mora o gigante que possui o tesouro. Acabou morrendo seco, não sem antes fornecer flores, que viraram vagens que abrigaram alguns feijões que me dei ao trabalho de guardar junto com pedras que junto por aí, mas que não atiro em ninguém, bom esclarecer.

Mas, enfim, voltando aos feijões, fato é que guardei as sementes aqui nascidas e, há alguns dias, replantei os feijões, creio que uns oito, em vasos de plantas aqui de casa. Nasceram todos. Uns fraquinhos, outros mais fortes. Esta é a primeira flor, descoberta na manhã de hoje. Sutil, delicada, complexa, timidamente voltada para baixo em sua simplicidade. Ainda assim, inspiradora, me deixando com vontade de escrever, de imaginar, de remoer ideias e presságios. Bem assim.