A leis de Manu começam por exortar a testemunha, nos mais solenes e patéticos termos, a dizer toda verdade, nada senão a verdade, – porque “aquele que houver prestado um falso testemunho será precipitado nos mais tenebrosos abismos do inferno”. Segue-se a descrição desses tenebrosos suplícios. Depois, não é sem surpresa que lemos: “todas as vezes que a declaração da verdade puder causar a morte de um sudra, de um vaixá, de um xátria ou de um brâmane, se se tratar de uma falta cometida num momento de loucura, e não de um crime premeditado, uma mentira é preferível à verdade”. – Eis o princípio inconsciente de acordo com o qual nossos jurados respondem tão freqüentemente não, apesar de pensarem sim. Vê-se que a teoria das restrições mentais remonta ao alto passado.
Gabriel Tarde, em nota da obra A Criminalidade Comparada.
28 de julho de 2010
25 de julho de 2010
16 de julho de 2010
Espírito das Leis
A liberdade é o direito de fazer aquilo que as leis permitem.
Montesquieu. Esprit des Lois, Liv. XI, cap. III.
Para que serviria a política, se não se pudesse alcançar com ela, pelas vias oblíquas, o objetivo que não se pode atingir pela linha reta?
JOLY, Maurice. Dialogue aux enfers entre Maquiavel et Montesquieu. Calmann Levy, Paris, p. 100.
Montesquieu. Esprit des Lois, Liv. XI, cap. III.
Para que serviria a política, se não se pudesse alcançar com ela, pelas vias oblíquas, o objetivo que não se pode atingir pela linha reta?
JOLY, Maurice. Dialogue aux enfers entre Maquiavel et Montesquieu. Calmann Levy, Paris, p. 100.
13 de julho de 2010
12 de julho de 2010
11 de julho de 2010
Descuidados
Era para ser pintado com tintas raras, da Rembrant, os melhores brancos e os melhores amarelos, sienas, sombras, detalhes, enfim. Porque deveria ser fiel à cor que só o tempo imprime ao papel velho. E havia as sombras e o papel dobrado, os desafios de pintar uma coisa tão complicada. Ia ficar bonito. Mas acabou desse jeito mesmo, tudo porque alguém derrubou solvente e óleo por cima, por descuido, esquecimento, descaso. E ficou assim o quadro que encontrei hoje enfiado num canto, pronto para o lixo. Cuidado com os descuidados. Nem sempre é apenas sobre nossos papéis que eles derramam essas coisas corrosivas.
11 de julho
Anotei em algum lugar, há tres anos, esta data de 11 de julho nas páginas de uma agenda. Por onde se desprenderam aquelas páginas? Voaram também? Ou foram devoradas pelas traças? O tempo devora a vida dos homens, mas as traças devoram as histórias que a vida escreve. Nem sempre há pincéis e tintas para que a gente restaure um quadro inacabado que fica esquecido num canto. Ou, talvez, alguém escreva outra história por cima daquela, apagando a nossa. Ou pinte outro quadro. Ou simplesmente colam uma foto por cima, só para disfarçar o papel rasgado, a página arrancada ou o erro de português. Do mesmo jeito, se apagam postagens antigas que ninguém leu.
9 de julho de 2010
Viva! Salve!
Salve as Sílvias neste 9 de julho!
Salve!
Salve-se.
Sirva-se
Silva-se
3 de julho de 2010
2 de julho de 2010
O Bem e o Mal
Há uma velha quimera cujo nome é bem e mal. A roda dessa loucura girou até hoje em torno dos adivinhos e dos astrólogos.
Outrora acreditava-se em adivinhos e astrólogos, e eis por que se acreditava que tudo é fatalidade: "É teu dever porque é necessário".
Mais tarde desconfiou-se de todos os adivinhos e astrólogos, e eis por que se acreditou: "Tudo é liberdade; podes o que queres!"
Oh, meus irmãos! Tudo quanto de acreditou sobre as estrelas e sobre o futuro nada mais foi que conjecturas, e nada se soube ao certo, e eis por que sobre o bem e o mal não se tem feito senão conjecturar, e nada se soube nunca.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra, tradução, notas e análise simbólica de Mário Ferreira Santos, 2a. ed., Logos, SP, p. 228/229.
Outrora acreditava-se em adivinhos e astrólogos, e eis por que se acreditava que tudo é fatalidade: "É teu dever porque é necessário".
Mais tarde desconfiou-se de todos os adivinhos e astrólogos, e eis por que se acreditou: "Tudo é liberdade; podes o que queres!"
Oh, meus irmãos! Tudo quanto de acreditou sobre as estrelas e sobre o futuro nada mais foi que conjecturas, e nada se soube ao certo, e eis por que sobre o bem e o mal não se tem feito senão conjecturar, e nada se soube nunca.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra, tradução, notas e análise simbólica de Mário Ferreira Santos, 2a. ed., Logos, SP, p. 228/229.
Hora Certa
Adoro relógios. Para mim, eles simbolizam uma das maiores riquezas que se pode almejar: o tempo. Algo que não admite desperdício e que sempre remunera à farta os mínimos investimentos que se façam nele.
Conteúdo
Nem só corpo, nem só coração, mas ainda pensamento.
1 de julho de 2010
Os meios e os fins
É, fala-se dos meios e dos fins. Retórica apenas. O que importa sempre é o começo, pois, se for mesmo verdade que os efeitos criam suas próprias causas, cada começo já é um fim em si.
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