Há uma velha quimera cujo nome é bem e mal. A roda dessa loucura girou até hoje em torno dos adivinhos e dos astrólogos.
Outrora acreditava-se em adivinhos e astrólogos, e eis por que se acreditava que tudo é fatalidade: "É teu dever porque é necessário".
Mais tarde desconfiou-se de todos os adivinhos e astrólogos, e eis por que se acreditou: "Tudo é liberdade; podes o que queres!"
Oh, meus irmãos! Tudo quanto de acreditou sobre as estrelas e sobre o futuro nada mais foi que conjecturas, e nada se soube ao certo, e eis por que sobre o bem e o mal não se tem feito senão conjecturar, e nada se soube nunca.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra, tradução, notas e análise simbólica de Mário Ferreira Santos, 2a. ed., Logos, SP, p. 228/229.