11 de julho de 2010

Descuidados

Era para ser pintado com tintas raras, da Rembrant, os melhores brancos e os melhores amarelos, sienas, sombras, detalhes, enfim. Porque deveria ser fiel à cor que só o tempo imprime ao papel velho. E havia as sombras e o papel dobrado, os desafios de pintar uma coisa tão complicada. Ia ficar bonito. Mas acabou desse jeito mesmo, tudo porque alguém derrubou solvente e óleo por cima, por descuido, esquecimento, descaso. E ficou assim o quadro que encontrei hoje enfiado num canto, pronto para o lixo. Cuidado com os descuidados. Nem sempre é apenas sobre nossos papéis que eles derramam essas coisas corrosivas.