"— Não aprecio aqueles que compram a nobreza, — disse o
imperador José II, dirigindo-se a Casanova, que lhe respondeu:
— E aqueles que a vendem, Sire?"
Fonte: Laforgue, Jean, and M. Charles
Samaran. "JEAN LAFORGUE, « ARRANGEUR » FRANÇAIS DES MÉMOIRES DE CASANOVA
(Marciac 1782-Dresde 1852)." Annuaire-Bulletin De La Société De L'histoire De France, 1970, 75-86.
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"Os leitores instruídos adivinharão os nomes de todas as mulheres e homens que eu mascaro, de quem o mundo inteiro não conhece as perfídias, e, minha indiscrição ferindo-os na alma, todos eles gritarão contra mim."
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"A língua francesa, — disse ele em um prefácio —, permaneceu manuscrita, de suas Memórias, é a irmã bem amada da minha; eu a visto frequentemente à italiana; eu olho para ela, ela me parece mais bela, ela me agrada mais, ela me faz contente. Seguro na gramática e certo de que nenhum leitor vai me achar obscuro, proibi meu editor de adotar as correções que algum purista constipado se arriscaria a introduzir meu manuscrito "(Livre, 1887, p. 44). Inútil proibição! Jamais um texto literário chegou ao público mais desfigurado do que o Memoirs of Casanova, organizado em francês por Laforgue e em alemão por W. von Schûtz, cada um usando à sua maneira o manuscrito original. Sem dúvida, o francês natural, fluente, gracioso do Professor Laforgue contribuiu grandemente para com a popularidade da obra, mas quanto aquele de Casanova teria sido mais saboroso, em sua falta de jeito e mesmo em sua incorreção! Nosso veneziano, de resto, não escrevia tão mal em francês: poder-se-ia citar, seja em suas outras obras, seja em sua correspondência, páginas irrepreensíveis ou quase.
Fonte: SAMARAN, Jacques. Jacques
Casanova vénitien y une vie d'aventurier au xviiie siècle. Paris: Calmann-Lévy, 1914, p. I.
Imagem: Retrato de Casanova aos 63 anos, do frontispício do Isocameron (1788). Fonte: Wikimedia commons.
Tradução livre da autora.