15 de novembro de 2008

Vida e Pensamento de Ingenieros

Tenho observado um elevado número de acessos às postagens dedicadas a Ingenieros aqui no blog, o que me levou a mexer nos arquivos onde guardei material sobre este autor, na época em que trabalhava junto a uma editora que pretendia reeditar sua Criminologia. Encontrei um apanhado biográfico que, agora, está à disposição de todos, logo abaixo, na parte dedicada às minhas traduções, artigos, etc. Basta acessar o link Vida e Pensamento de Ingenieros.
Chamou-me atenção especialmente a oportunidade de divulgar um pouco mais as curiosas razões que levaram o autor a escrever sua famosa obra O Homem Medíocre, maliciosamente dedicada a um inimigo político que era ninguém menos que o Presidente da República à época. Por outro lado, também curioso o fato de Ingenieros ambicionar morrer cedo, o que efetivamente lhe aconteceu. Sempre disse que preferia morrer antes de envelhecer, e escreveu sobre isso, seja em As Forças Morais, seja no próprio Homem Medíocre, onde afirmou:
Há um momento em que se alcança a plenitude máxima; depois dessa época, é-se incapaz de progredir, logo soem advertirem-se os sintomas iniciais da decadência, o tremular da chama interior que se apaga. Quando o corpo se nega a servir a todas as nossas intenções e desejos, ou quando estes são medidos em previsão de fracassos possíveis, podemos afirmar que começou a velhice.Morto aos 45 anos, fica-se a pensar no quanto teria produzido se chegasse a ostentar as cãs que tanto repúdio e receio lhes causavam a ponto de escrever delas que seria avarentas, e avareza, uma árvore estéril: Se um avaro possuísse o sol, deixaria o universo às escuras, para evitar que o seu tesouro se gastasse.