“Hoje, eu penso, o senhor sabe: acho que o sentir da gente
volteia, mas em certos modos, rodando em si mas por regras. O prazer muito vira
medo, o medo vai vira ódio, o ódio vira esses desesperos? – desespero é bom que
vire a maior tristeza, constante então para o um amor – quanta saudade... ; aí,
outra esperança já vem... Mas, a brasinha de tudo, é só o mesmo carvão só.
Invenção minha, que tiro por tino. Ah, o que eu prezava de ter era essa
instrução do senhor, que dá rumo para se estudar dessas matérias...”
GUIMARÃES ROSA, João. Grande
sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 323.