28 de setembro de 2020
27 de setembro de 2020
Domingo
Preguiçoso domingo de chuva sem sol que me distraia ou chame.
22 de setembro de 2020
Primavera
Primavera, dizem.
Mas o inverno de 2020 será um pouco para sempre ou nunca mais. Porque, na coluna das perdas que se contabilizaram, nem todas as primaveras do mundo vão compensar tua despedida.
Livro
O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive, e, não tendo ação em si mesmo, move os ânimos e causa grandes efeitos.
Padre Antonio Vieira, Sermão de Nossa Senhora da Penha, Lisboa, 1652.
17 de setembro de 2020
15 de setembro de 2020
Memorial das Saudades
Então, escutando mais uma vez os teus áudios, tomados ao acaso, te ouço cantar, com a voz cansada, lentamente: "Giorni senza domani e il desiderio di te". E penso que a frase me soa hoje como uma sentença condenatória da qual não sei ainda como recorrer.
12 de setembro de 2020
Memorial das Saudades
Tantas foram as paisagens em que nos inserimos, tantas as belezas por nós descobertas, quando não por nós construídas. Nossos sentidos sempre em oitavas maiores nos deram a perceber um mundo tão intenso, sempre belo, às vezes, dramático. Repentinamente trágico também, mas nunca redundante nem óbvio. Vivíamos da inspiração. Daquilo que não é senão um sendo transformador, gerúndio alquímico do solve e coagula que nos ensinou quão simples é fazer ouro do chumbo pesado que permeia o que apenas existe. Talvez justamente por isso fizemos sentido apenas de passagem, de nós nada mais restando senão memórias e saudades.
11 de setembro de 2020
10 de setembro de 2020
6 de setembro de 2020
26 de agosto de 2020
A Borboleta
A borboleta chegou bem hora em que eu enquadrava a foto deste São Francisco que mora naquela pousada maravilhosa que fica em Olinda. Pousou suavemente no quadro sob o meu olhar espantado e o olhar calmo do santo. Viajou em imagem até onde estavas. Revendo as fotos e conversas daquele passeio, morro mais um pouco de tanta saudade.
10 de agosto de 2020
9 de agosto de 2020
8 de agosto de 2020
Confiança
Li em algum lugar que confiança é a feliz combinação de esperança e fé.
15 de julho de 2020
14 de julho de 2020
12 de julho de 2020
Então
Tantas são as importâncias decepcionantes que me cercam, que já faz algum tempo que me ocupo ora do silêncio, ora das irrelevâncias.
Importâncias decepcionantes?
Sim. Por isso entendendo aqueles conteúdos com que somos bombardeados a toda hora. As novidades. As notícias. As últimas descobertas. Como explicar que não me interessa a opinião de A ou de B, menos ainda a de C?
Daí meu silêncio. E minhas irrelevâncias. Silêncio porque faz tempo que não falo. E porque, caso falasse, não seria sequer minimante compreendida. Irrelevâncias porque as tenho como estratégias. É que, definitivamente, prefiro contemplar o chão da rua, com seu lixo e com seus restos de chuva a perder meu tempo com essas importâncias decepcionantes.
Importâncias decepcionantes?
Sim. Por isso entendendo aqueles conteúdos com que somos bombardeados a toda hora. As novidades. As notícias. As últimas descobertas. Como explicar que não me interessa a opinião de A ou de B, menos ainda a de C?
Daí meu silêncio. E minhas irrelevâncias. Silêncio porque faz tempo que não falo. E porque, caso falasse, não seria sequer minimante compreendida. Irrelevâncias porque as tenho como estratégias. É que, definitivamente, prefiro contemplar o chão da rua, com seu lixo e com seus restos de chuva a perder meu tempo com essas importâncias decepcionantes.
5 de julho de 2020
Louco de Pedra
Um clássico. Depois do louco de atar, e do inesquecível maluco beleza, o louco de pedra, que efetivamente atira pedras, era para mim uma figura literária, carinhosamente lembrada e referida, de maneira impagável, por Ariano Suassuna.
Só que ontem, inacreditavelmente, um louco de pedra saiu da literatura para a mais literal das literalidades.
Seguiu seu rumo, falando sozinho, com raiva do mundo.
Pois é.
Louco de Pedra.
Eu, hein?
Só que ontem, inacreditavelmente, um louco de pedra saiu da literatura para a mais literal das literalidades.
Justamente. Porque a criatura me olhou, juntou uma pedra do chão e atirou com toda força na minha direção.
Por sorte, ou pela péssima pontaria do sujeito que estava a menos de cinco metros de mim, só pegou de leve no casaco de inverno...
Depois o doido sossegou.Seguiu seu rumo, falando sozinho, com raiva do mundo.
Pois é.
Louco de Pedra.
Eu, hein?
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