Um vaso que existe como promessa de quebra e que nesse risco se sustenta. Flores que se morrem, arrancadas ao solo e abertas à luz de um sol crepuscular que não mais alimenta a vida que vem depois da vida. Mesa infirme e vacilante. Estabilidade é ilusão. Janela que se abre ao fantasma da realidade retalhada pelo vidro que exibe uma paisagem ausente que contorna o impossível. Na coreografia da precariedade a vida nunca é plena: sobrevive no móvel, na cerâmica, na madeira, no vidro e até nas flores. Precária, a vida existe como intervalo, promessa, espectro.