11 de julho de 2024

A Nascente

 

– Regras? – perguntou Roark. – Estas são as minhas regras: o que pode ser feito com uma substância nunca deve ser feito com outra. Não existem dois materiais idênticos. Não existem dois locais iguais na Terra. Não existem dois prédios com o mesmo propósito. O propósito, o local e o material determinam a forma. Nada pode ser lógico ou belo a menos que seja feito a partir de uma ideia central, e é esta que define cada detalhe. Um prédio é algo vivo, como um homem. Sua integridade é seguir sua própria verdade, seu único tema, e servir seu próprio e único propósito. Assim como um homem não toma emprestados pedaços de seu corpo, um prédio não toma emprestadas partes de sua alma. Seu criador lhe dá a alma e também cada parede, janela e escadaria para expressá-la. RAND, Ayn, 1905-1982. A nascente. Tradução de Andrea Holcberg. São Paulo: Arqueiro, 2013, p. 28

O parágrafo reproduz uma fala do personagem Howard Roark, diante do reitor da escola de Arquitetura da qual for expulso, não obstante as melhores notas e aproveitamento. O livro? “The Fountainhead” (no Brasil, “A Nascente”), da polêmica Ayn Rand, filósofa e romancista russo americana. Publicado em 1943, o livro conta a história de Howard Roark, um personagem complexo, arquiteto apaixonado pela criação, a ponto de desafiar todas as convenções chanceladas pela tradição. Egoísta, individualista, determinado e corajoso, Roark assume suas posições, não obstante as consequências que daí resultam. O livro traz temas polêmicos como o individualismo contraposto ao coletivismo, o egoísmo ao altruísmo.