A Sra. Lupin, mulher sem a menor espécie de educação, só aparecia nas grandes ocasiões, sob a forma de uma enorme pipa de Borgonha, vestida de veludo e dominada por uma cabecinha que se afundava em espáduas de cor duvidosa. Nenhum processo podia manter-lhe o cinto no lugar próprio. Bebelle confessava ingenuamente que a prudência lhe proibia usar colete. Enfim, nem mesmo a imaginação de um poeta, ou melhor, de um inventor, teria achado nas costas de Bebelle traços da sedutora sinuosidade que aí produzem as vértebras, em todas as mulheres realmente mulheres.
BALZAC, Honoré. A Comédia Humana. Os Camponeses, Vol. XIII, Ed. Globo, Porto Alegre, 1952, p. 211.