Teoria da Informação ou Teoria do Conhecimento?
Hoje, a informação prevalece como o combustível que move a contemporaneidade. É
a informação que alimenta a tecnologia, as relações sociais, a economia, a
política e penso que até mesmo você, quando acessa seu celular todos os dias.
Nesse contexto, a informação supera a cognição em
grande escala. Estamos todos saturados de dados que mudam a cada instante. Como
processar e interpretar informações que se alteram velozmente? Bem, penso que a
superficialidade nos socorre. Afinal, a velocidade do consumo é inversamente
proporcional à profundidade da reflexão crítica.
A velha Teoria do Conhecimento dá lugar à Teoria da
Informação. Não se trata mais de como entender, mas de como armazenar elementos
brutos. E se a gente ressuscitasse a Epistemologia? O que ela poderia nos
ensinar? Em primeiro lugar, eu diria que se trata de saber filtrar informações.
Quanto tempo precioso a gente perde assistindo vídeos imbecis? Coachs disso ou
daquilo? Rematadas inutilidades que se anunciam como a última verdade trazida
pelo famoso Mister Quem do qual nunca se ouviu falar? Em segundo lugar, saber
analisar. Todavia, isso depende de critérios e, caso você não tenha até hoje
construído sua própria escala axiológica, dificilmente vai conseguir analisar
corretamente uma informação para chegar, enfim, à terceira fase: transformar
informação em conhecimento efetivamente significativo.
Creio que se está diante de um desafio proposto a
cada um de nós: como equilibrar a quantidade de dados que consumimos com a
qualidade do conhecimento que realmente adquirimos? Dizer que é necessário
crítica e reflexão não significa coisa alguma quando não se faz a menor ideia
de como se opera a construção de um saber. Então, nesse ponto, me ocorre que,
considerando o atual estado da arte no que concerne a essa defasagem geométrica
entre informação e cognição, talvez nem mesmo faça sentido escrever algo assim.
Ora, pensando bem, talvez a gente deva mesmo se
deixar levar por essa corrente, seguindo felizes e satisfeitos o som da flauta
mágica. Afinal, às vezes, o saber pode fazer de você um estorvo. E como obstáculos
devem ser superados, talvez valha a pena deixar-se levar alegremente pela manada.