4 de dezembro de 2020

Tua ausência

 

Ando por aí vendo tantas coisas. Reconheço belezas prontas em algumas e colho: como essa maravilhosa borboleta. Em outras, fabrico meus próprios belos. Tenho também tocado tantas páginas cujo papel é cheio de vida. Há música e há silêncio que, pacífico, invade a minha casa. Há sabores novos também. Não digo que todas essas coisas não me tragam alegrias, porque me trazem. E porque meus sentidos me entregam tudo com exagerada prodigalidade, como dizias. Entretanto, mal me dou conta de que não estás mais aqui, cores e sabores vão embora, livros emudecem, música e silêncio se igualam: tudo para dar lugar à tua ausência.