5 de janeiro de 2020

Rascunho

Ouço, assustada, que se deve saber de si. Seguramente não sei muito de mim. Ainda tenho dimensões secretas, quartos fechados, cantos escuros, janelas a abrir, portas a fechar também. Saber de si? Há quem pense que se sabe. Eu não me sei tanto assim. Falo por mim, naturalmente. Apesar de saber que a maioria pensa que se sabe. Antes não saber. Ainda tenho reações que não me explico. E não há dia que não consiga projetar novos olhares sobre as coisas, mesmo as já conhecidas. E depois, quem disse que rosas não nascem de um rascunho qualquer?