18 de janeiro de 2020

Da vida

Que a vida não é nítida. Sabe-se tão pouco dos percursos vindouros quanto opacas são as trilhas percorridas. Então, adivinha-me. Porque não me explico nem a mim mesma. Melhor ainda que me adivinhar, diria: inventa-me. Tão melhor ser espaço vazio onde toda imaginação é pouca, toda transparência é enganosa, todo paradoxo é coerente com esse real que fabrico com tão pouco: nada além de lápis e papel. Um pouco de cor. O resto é rascunho. Como a vida.