Tantos dias já que partiste, Alex, e a minha saudade só faz aumentar. Por mais que eu tente imaginar que tua morte faz parte do curso natural da vida, tua ausência permanece como um estado de dor. Por mais que eu tenha doado todas as coisas que cercavam a tua existência, elas permanecem comigo, existindo aqui e ali, nos cantos onde a tua água não podia faltar, no armário onde todos os teus remédios eram armazenados em ordem, na geladeira onde os potinhos da tua comida, que eu fazia com tanto amor, eram enfileirados. Teu perfume invade o meu olfato inesperadamente, quando menos espero. Imagino que poderia ser a tua alminha tentando consolar-me. Mas não me dou ao luxo de crer, e o além permanece distante do meu pouco entendimento. Só queria é não ter te perdido. Só queria que pudesses ter ficado mais um pouco comigo. Só não me conformo é que nossa história tenha chegado ao fim. Quanta saudade, Alex. Quanta falta fazes ao meu lado, meu guia, meu guardião, meu amado companheiro nessa vida que agora me parece tão sem propósito. Por que não me ensinaste a viver sem a tua companhia? Eu, que sei tantas coisas, me vejo aqui, nesses desencontro, doendo a tua saudade sem fim.