Tanto tempo depois de te encontrar e fotografar, onde estarás? Pelas ruas de uma cidade sempre envolta em nevoeiros, numa escala de cinzas e agora de saudades, revejo esta imagem e me perco no teu olhar, que oscila entre a meiguice, a curiosidade e o receio. Nunca te esqueci. Em que pese a brevidade do nosso encontro, do instante fugidio da fotografia, sempre serás o meu cachorro preto de Paranapiacaba, hoje tão distante, tão nunca mais. Só posso esperar que tenhas encontrado em teu caminho um tanto dessa generosidade que os humanos, às vezes, são capazes de dispensar e da qual, tu e os teus, são tão ricos e tão pródigos.