15 de novembro de 2011
Faz de conta
Brincavam de ser aquilo que eles seriam, se não fossem o que sempre foram. O sentido é esse mesmo: brincar de ser o que se seria, se não fosse qualquer coisa que acontece. Se não fosse o tempo, se não fossem as estações, se não fossem as desculpas esfarrapadas e as desculpas justificadas, e se não fosse o destino, a distância, a imensidão, as contingências, o correio, se não fossem os créditos somados e os descréditos subtraídos às respectivas vidas, se não fossem as chuvas em São Paulo, o Lula, o terrorismo, o Guaíba, a Rua da Praia, a 25 de Março e a 7 de Setembro, as traças, os livros, os ácaros, eles e elas, os outros, os daqui, os dali e os de lá, todos formando uma imensa Cia.