São Paulo, centro, refletido numa das vidraças do Teatro Municipal.
O real pode ter a fragilidade de um reflexo, mas nem por isso é menos consistente. Descobrir que a fotografia pode deixar-se moldar com a mesma passividade de um pincel, quando submisso a um tema surrealista, me encanta, porque consigo dar realidade ao que nunca esteve lá, mas que nem por isso deixa de estar, inserida a imagem em algum lugar do passado, da história da cidade, e (des)inserida do meu olhar que, desligado desse real que está por aí em toda parte, insiste em manter-se míope ao que é simplesmente óbvio.