11 de fevereiro de 2011

Curiosidade

Se quiserdes bem preservar os dentes contra todos os acidentes, tanto oriundos de causas externas quanto internas, e tê-los belos, claros e saudáveis, dando ocasião à longa vida, guardai-vos de levar à boca coisas muito frias ou quentes, conquanto umas e outras ofendem os dentes; não comais carnes de fácil corrupção, nem duras e de difícil digestão. Não bebais também licor algum de não seja de boa qualidade, nem façais qualquer excesso que possa impedir a digestão. Evitai toda ocasião de vomitar, principalmente se a matéria do vômito for ácida. Não comais coisas viscosas nem muito doces; não rompais com os dentes qualquer coisa que seja dura; nem bebais vinho nem água fria ou congelada, assim como fazem muitos perante os calores do Oriente; nem, ao contrário, cozidos ou carnes muito quentes. A carne ou beberagem fria, não ingirais nem engulais antes, se tostados estiverdes pelo calor; nem, ao contrário, após o calor, algo que esteja frio. Se qualquer carne ou pasta introduzir-se entre vossos dentes, extraí-a de lá logo e docemente, sem qualquer violência, com uma palha ou pluma ou madeira de lentiscoe não com uma faca, ou aço, ou ferro, ou qualquer outra coisa que possa enferrujar. Depois de comerdes, lavai logo vossa boca com qualquer vinho quase rude ou austero, para impedir que reste alguma podridão, mesmo para confortar a parte. Quando comerdes, mastigai de ambos os lados, a fim de que um ajude o outro. Os figos, o açúcar e todas as outras coisas que têm a virtude de amolecer e derreter, como óleos, banhas e graxas, são contrários aos dentes. Não usais senão o mínimo que puderdes de coisas que sejam inimigas dos dentes, tais como alhos, tâmaras, rábanos, todas as coisas ácidas.”
A passagem acima é atribuída a Jean Liébaut, que escrevia no final do Século XVI, citado pelo Dr. P. MARRIN, La Beauté chez l’Homme et la Femme – Les Moyens de L’Acquérir et de L’Augmenter. Ernest Kolb, Éditeur. Paris, 189...