20 de janeiro de 2011

Panóptica

Hostis a toda opacidade social, as democracias liberais deram-se um ideal de “transparência” que só pode se realizar através de um esquadrinhamento social. A sociedade transforma-se então em um bunker protegido por insígnias, códigos de acesso, câmeras de vigilância. A multiplicação dos espaços privativos, sempre para fins de segurança, subtrai-os ao fluxo social e termina por fazer desaparecer a propria noção de espaço comum que é aquele da cidadania. Assim surge uma Panóptica, de outro modo tão terrível quanto aquela prevista por Jeremy Bentham, mas cuja função é a mesma: ver tudo,entender tudo, controlar tudo.
Alain de Benoist