18 de janeiro de 2011

E por falar em mulheres

Foi necessário que a inteligência do homem se achasse obscurecida pelo amor, para que chamasse belo a esse sexo de pequena estatura, ombros estreitos, ancas largas e pernas curtas; toda sua beleza de fato reside no instinto do amor. Em lugar de denominar belo, teria sido mais justo denominando-o inestético. As mulheres não tem nem o sentimento nem a inteligência da música, mais que o da poesia, ou a das artes plásticas; fingem-no por pura imitação, puro pretexto, para afetação explorada pelo desejo de agradarem. São incapazes de tomar uma parte desinteressada seja em que for e pela seguinte razão: o homem, em todas as coisas, esforça-se por dominar diretamente ou em inteligência ou pela força; a mulher, pelo contrário, acha-se sempre e em toda parte reduzida a um domínio absolutamente indireto, isto é, o seu poder vem-lhe do homem, e é sobre ele só que ela exerce uma influência imediata. Portanto, a natureza leva as mulheres a procurar em todas as coisas um meio de conquistar o homem, e o interesse que parecem tomar pelas coisas exteriores é sempre um fingimento, uma sutileza, isto é, pura garridice e pura imitação. Disse-o Rousseau: As mulheres em geral não apreciam arte alguma, não as conhecem e não têm talento nenhum.
SCHOPENHAUER, Arthur. As dores do mundo. Ed. Livraria H. Antures, Rio de Janeiro, 1931, p. 90.