"Vassoura nova varre bem, mas vassoura velha conhece os cantos."
Seleções do Reader's Digest, out/1977,contracapa.
"Vassoura nova varre bem, mas vassoura velha conhece os cantos."
Seleções do Reader's Digest, out/1977,contracapa.
Porque tenho coisas a fazer e por fazer. E porque os fazeres são múltiplos, mas os pensares, estes.... ah! esses são secretos, profundos, inconfessáveis.
O Midcult e seu in e out, a vanguarda de uma arte superior vedada ao homem médio, cidadão da civilização industrial contemporânea, irrecuperável. Mas atenção à diferença entre sensibilidade crítica e tic snobístico que é ínfima. A crítica da cultura de massa acaba por se tornar ela mesma um produto de massa, quando o bom e o mau gosto se tornam categorias flexíveis, que podem servir para definir a funcionalidade de uma mensagem que provavelmente se presta a outras funções, seja no contexto de um grupo, seja no de uma sociedade inteira. Enfim, dificilmente as coisas são redutíveis a definições de belo ou Kitch.
Eco não deixa sequer de entrar no tema complexo que é definir uma obra de arte. E o faz magistralmente, propondo que a obra de arte é uma narração que produz figuras capazes de se tornarem modelos de vida e emblemas substitutivos de juízos de nossa experiência. A obra de arte, portanto, é capaz de inspirar e de influir, de modificar a forma como experimentamos o estar no mundo.
Eis aí questões sobre as quais é preciso refletir. Mais que optar, escolher, ou definir-se, é preciso entender o contexto em que vivemos, não necessariamente apocalípticos nem necessariamente integrados. A perspectiva que Eco nos descortina nessa obra é bem mais ampla que a de simplesmente deixar-se levar pela sedução de uma ou outra possibilidade, no reducionismo simplista do contra ou a favor. Para tanto, basta pensar. Um pouco trabalhoso, é verdade, mas altamente compensador. Como a leitura de Eco, que, na década de 1960, já avaliava tão bem o impacto que o incremento da comunicação de massa, que apenas começava, teria em nossa sociedade
Fonte: ECO, Umberto. Apocalittici e Integrati. Milano: Bompiani, 1965.