Quando joguei os feijões na terra, sabia que nasceriam. Não cuidei de enterrá-los com cuidado, para que houvesse conforto. Deixei por conta de sua maior ou menor vontade de viver. In struggle for life. Notei que brotaram. Raízes à mostra. Ainda assim, floriram. Distraída por uns dias, agora descubro, por debaixo das folhas, que há vagens. Terei feijões.
Paro e penso então que nada terão de rotineiros esses meus feijões. A um, que raramente integram meu cardápio, a dois, que estes não eram feijões comuns. Vieram de uma venda à beira da estrada, pois foram cultivados artesanalmente. Assim, penso que podem ser mágicos. Se forem, o pé vai crescer até depois das nuvens e quem subir pelo caule da gigantesca planta chegará ao tal castelo onde mora o gigante que é dono de um tesouro. Ah, sim, pois é a tal história dos feijões mágicos.
Então, quem sabe?