Tempo não é remédio. Esquecimento pode ser, porque nos esvazia de nós, de uma parte de nós, às vezes doída, habitada de saudade. Quando chove, quando nubla, quando faz sol, quando anoitece, quando amanhece, quando é sempre: sempre assim, nós habitados de silêncios e de saudades. Remédio? Os breves esquecimentos. Momentos em que vivemos no modo automático. A vida mecânica que a agenda preenche, quando ela mesma não traz prenotadas essas datas, esses dias 12, tão assombrosos, dos agostos e dos fevereiros.