24 de junho de 2020

História do Medo

Defender-se do invisível... Não é esta uma atitude comum à humanidade? Defender-se daquilo que não se vê senão através dos olhos da imaginação. Estranhamente, os invisíveis que antes não passavam de entes imaginários ganham foros de realidade: coisificam-se. Saem do mundo imaginário para se apresentarem, como ameaças reais.
É preciso então que nos purifiquemos, tendo sempre presente que não basta a higiene da alma. É preciso depurar-se no corpo, isolar-se, enluvar-se, porque o invisível nos ameaça.
E por aí se vai escrevendo mais um capítulo da história de nossos medos.

11 de junho de 2020

Balzac, absolutamente


"As mulheres possuem um instinto que lhes permite adivinharem os homens que as amam pelo simples fato de usarem saias, que se sentem felizes junto delas e que nunca pensam em lhes pedir tolamente os juros de suas amabilidades. Têm, a esse repeito, o faro de um cão que, num grupo, vai diretamente ao homem para quem os animais são sagrados."
BALZAC, Honoré. A Solteirona. Trad. de Lia Correa Dutra, A Comédia Humana, v. VI. Porto Alegre: Editora Globo, 1951. [p. 448]