E quando vi teu ser ali exposto, inteiramente vazio de mim, senti o peito oco. Um vazio todo cheio de angústia. A tirania da doença, a implacabilidade do tratamento, a expectativa da cura. Um vácuo consumia todas as coisas que eu imaginava saber e ainda aquelas que eu sabia que sabia. Tua fragilidade me comoveu tanto, que segurei as lágrimas com medo que elas corroessem qualquer coisa ali em volta. O som das máquinas enchia o espaço e marcava o ritmo do tempo, sobrepondo-se a todas as vozes. Aquela gente. A tua inconsciência. Os panos brancos, o sangue, a solenidade. E tudo à minha volta designava o meu não lugar.