24 de abril de 2025

ESPLENDORES E MISÉRIAS DO AMOR OCIDENTAL: Entre a Ordem, o Caos, Cartas de Amor e Literatura

Este livro nasce de uma antiga inquietação acerca da natureza do amor, e propõe uma reflexão que atravessa tempos, culturas e gêneros literários, para revelar as contradições e complexidades desse sentimento tão universal quanto singular.
O primeiro capítulo, "Uma Questão de Estilo", parte da tipologia dos estilos amorosos de John Alan Lee, revisitada por Alain de Benoist, para explorar seis formas distintas de amar — Eros, Ludus, Storge, Mania, Pragma e Ágape —, relacionando-as a traços psicológicos e estruturas culturais. O texto amplia a discussão sobre gênero e propõe o amor como uma linguagem viva e fluida, que escapa a definições fixas, comparando-o a um jazz ou a zonas autônomas de afeto.
Em "
O Amor na Era de Anteros", o livro mergulha na análise do amor obsessivo, inspirado na mitologia grega e nas reflexões de Hakim Bey. O amor romanesco, nascido da tensão entre desejo e castidade, é problematizado em sua transformação moderna, marcada pela repressão, consumo e idealizações superficiais. O autor propõe uma visão libertadora, onde o amor é uma experiência radical, livre de moralismos e sistemas de controle.
"
O Amor Está Morto?" traz uma perspectiva trágica, inspirada em Aleksandr Dugin e Denis de Rougemont, que anunciam o fim do amor ocidental tradicional. O capítulo desafia essa visão apocalíptica, destacando formas alternativas como o amor igualitário e o poliamor, e refletindo sobre a pluralidade e resistência do amor diante das mudanças culturais.
No ensaio "
As Adúlteras: Desejo e Traição na Literatura do Século XIX", a obra analisa o adultério feminino em romances realistas e naturalistas, revelando como heroínas como Emma Bovary e Capitu desafiam a moral burguesa e expõem tensões entre indivíduo e sociedade. O texto evidencia o desejo como forma de resistência e a hipocrisia das construções sociais sobre o amor.
A partir daí, o livro adota um tom mais íntimo e experimental. "
O Que É Uma Carta de Amor?" celebra a carta como matriz do discurso amoroso, um relicário afetivo que resiste ao tempo, enquanto "Que Cartas São Essas?" revisita correspondências históricas, revelando paixões proibidas e o poder do íntimo epistolar.
O conto "
O Diário de Francisco" entrelaça registros líricos de um diário dos anos 1920 com as reflexões de uma narradora contemporânea, expondo sentimentos em tempos diversos e celebrando a multifacetada natureza do amor.
Por fim, a crônica "
Amor à Primeira Vista" narra um caso real de um romance secreto e duradouro, desafiando visões idealizadas e mostrando que o amor pode surgir em lugares inesperados, longe dos padrões convencionais.
Este livro não oferece respostas definitivas, mas convida o leitor a dialogar e refletir sobre as múltiplas faces do amor, suas misérias e esplendores, e a possibilidade de reinventá-lo sempre que necessário.
Disponível na Amazon

14 de abril de 2025

Da Vulgaridade

“A vulgaridade nunca decai, porquanto jamais se eleva.”
— Barão de Alhures, em Fragmentos de uma Elegância Perdida.

10 de abril de 2025

Figuras figurativas figurações


 Que seria feito das palavras se a pontuação fosse abolida por uma revolução provavelmente a mesma coisa que sucederia às coisas na abolição da gravidade pois a pontuação é a gravidade das palavras mas não custa nada deixar que elas flutuem nesses espaços mas prometo que só será desta vez

1 de abril de 2025

Isaac Asimov: Eu, Robô

 Leis da Robótica — Primeira Lei: "Um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal";  Segunda Lei: "Os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto quando conflitarem com a Primeira Lei"; Terceira Lei: "Um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as anteriores"

Essas Leis ― no contexto de Eu, Robô, de Isaac Asimov, 1950 ― são realmente um marco. Elas tentam criar um equilíbrio entre tecnologia e humanidade. Asimov foi genial ao explorar como algo tão "simples" podia gerar situações tão complexas. Susan Calvin? Ela é mesmo fascinante! Uma mulher que, num mundo dominado por humanos querendo explorar os robôs, escolhe entendê-los, quase como se fosse uma ponte entre duas espécies. Ela não só aceita a inteligência positrônica como também mergulha na mente deles. E o mais louco do livro é que os robôs acabam sendo mais éticos que os humanos em muitos momentos, justamente por seguirem essas leis à risca — ou, às vezes, interpretando-as de formas que os humanos nem imaginavam.

Eu era apaixonada por Isaac Asimov. E não apenas por Eu, Robô. Como cientista, suas especulações literárias eram baseadas em suposições concretas. Além disso, seus livros, além de muito interessantes, eram sempre uma aula de ciência. Veja só! Um cientista que transformava especulações em histórias tão sólidas que pareciam aulas disfarçadas de ficção. Essa mistura de ciência e narrativa é o que faz os livros dele tão especiais. Outro personagem curioso era um velhinho fóbico e genial: Wendell Urth, um extraterrologista excêntrico que aparece em alguns contos, como os da coletânea Asimov's Mysteries. Ele era um gênio sedentário que desvendava mistérios interplanetários só com a cabeça — tipo provar que alguém esteve na Lua porque o cara não se ajustava mais à gravidade terrestre. Um detalhe sutil, mas brilhante, que só um cientista como Asimov pensaria! Algo da física cotidiana é transformado em prova irrefutável, solução de caso policial. Mas, voltando a Eu, Robô, segue o spoiler: as máquinas assumem o comando do planeta, porque acham que é o melhor para a humanidade. Bem, à época, era para ser um final assustador. E agora?